quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O processo e o desfecho.

Foto por: Renato Santana Santos.

Tenho sido movido a enxergar as coisas por outro espectro, o processo ao qual eu me submeti nos últimos anos é certamente o fator mais influente nesse esquema de transformação intrínseca. Nesse caminho todo tenho descoberto o prazer da metamorfose, na eterna expectativa de me tornar alguém melhor vou descobrindo que ainda estou bem distante do idealizado, mas percebo mais relevância no processo que no desfecho, além de aos poucos descobrir o prazer de ser cada dia um pouco diferente de ontem, o prazer da historia consiste em reconhecer defeitos e ao olhar pra ontem visualizar pequenas e importantes transformações.

A paisagem vai passando e de repente se descobre que antes do destino existe muito com o que se alegrar, como aquelas viagens sem pressa, sem hora marcada, onde as paradas e as comidas degustadas são elementos de enriquecimento do passeio, a paisagem enche os olhos tanto pela beleza da criação quanto pelas figuras peculiares, de etnias distintas, de sotaques e culturas totalmente diferentes, onde a conversa jogada fora na verdade merece ser guardada na memória e no coração, é nessas viagens que as pessoas se sentem um pouco mais próximas. Lembro-me que a viagem da hibernia a Conquista pra finalizar a masterização do disco “A vida como ela era” foi crucial para o estágio de cumplicidade que vivemos hoje, nossa aproximação tão processual e lenta quanto a efetivação de leis significantes em nosso país e não menos importante que a musica que fazemos sofreu um considerável avanço durante algumas longas horas naquele Uninho branco e pacato.

Admitir mudanças pra algumas pessoas é muitas vezes um martírio, como se fosse vergonhoso passar por esse processo tão natural e inevitável quanto à morte, na verdade pessoas que não admitem mudanças estão sempre mudando pra pior, e é isso que tenho evitado em minha vida, não almejo ser alguém inconstante, nem tão pouco vulnerável, mas também não quero ser alguém sistematicamente apático, pragmático, apoiado na falsa ilusão de que é belo ser imutável, ou pior, que é possível ser imutável, as pessoas guardam opiniões como se fosse um patrimônio intocável, e mantém costumes arcaicos herdados ou adquiridos com um zelo que merecia ser direcionado a outros fins.

A grande verdade é que tenho sido movido pelo agora e não pelo porvir, e não se trata de inconsequência, é uma questão de saúde mental e espiritual, pois não adianta fazer grandes planos e viver mediocremente o momento, nesse caso, espero mesmo que dessa forma eu possa construir um futuro interessante, onde os processos não percam o valor, e que nesse futuro o presente seja o que interessa e que as memórias tragam-me boas lembranças de um passado vivido no presente.


Renato Santana.

5 comentários:

  1. soh digo uma depois que voce encontrou o doidinho do buzo ficou assim kkkkkkkkkkkkk

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  2. Primeiramente essa foto é demais, só faltou mesmo uns dois corredores no fundo... e em segundo, concordo que sempre estamos mudando, pois isso demonstra amadurecimento, e isso é ser sábio verdadeiramente... Abraços cabeção!!!

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  3. Engraçado, o primeiro parágrafo do meu último post no blog foi:

    "Tenho tentado aprender com Deus a ser grata sempre...
    Quando tenho todas as respostas e quando tenho todas as perguntas!"

    E no último parágrafo, eu parafraseei você, mudando apenas 3 letrinhas:

    "E se eu disser que SIM!?"

    Bom notar que ninguém está no "processo" sozinho =)

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  4. Eu já ouvi essa história ao vivo, kkkk

    Muito bom o texto.

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  5. Tá ficando bom na arte de textualizar elocubrações heim fiín??

    Keep on!

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