terça-feira, 27 de março de 2012

Janela do jardim dourado

Eis minha janela
Paisagem de cada dia
Cumplice da Minh'alma
Dos prantos
Todos os encantos dessa terra
E desencantos
De tudo que em meu amago possuo
Um pouco daqui carrego
Aos poucos que aqui deixo
Aos poucos me retiro
Deixando pra trás o rastro
Do meu celebre passado
Da pequinês da minha existência
Carrego amor com gosto
Abraço meu novo posto
Na sentinela dessa nau
Onde sou mais amparado que amparo
Onde todo lugar é incerto.

Meu eu

Não há mais tempo a perder
Nem necessário é camuflar a verdade delegada à mim
Sou de todo uma espécie de antagonista meu
Um ser [in]completo, vazio
Cheio de si, escasso de ser
Pronto a seguir, assim...
Convicto de toda dúvida
Devoto da incerteza
Ávido por venturas
Maníaco do saber
Imperfeito em plenitude
Frágil não confesso
Espécime controverso
Escravo da beleza alheia
Vítima das próprias virtudes
Algoz do meu próprio eu.